quinta-feira, 17 de março de 2016

Nascidos e criados na guerra




Mais de 15 mil crianças não acompanhadas ou separadas das suas famílias atravessaram as fronteiras da Síria. Cerca de 3,7 milhões de crianças – 1 em cada 3 crianças sírias – nasceram depois do início do conflito há cinco anos. Já são mais de 306 mil crianças nascidas como refugiadas desde 2011. No total, a UNICEF estima que cerca de 8,4 milhões de crianças, ou seja mais de 80% da população infantil síria, estão atualmente afetadas pelo conflito no interior do país ou como refugiadas. Cerca de 1500 violações graves foram praticadas contra crianças. Mais de 60% destas violações foram casos de morte e mutilação resultantes do uso de explosivos em zonas de habitação. Mais de um terço destas crianças foram mortas na escola ou a caminho desta. Nos países vizinhos da Síria, o número de refugiados é atualmente quase dez vezes superior ao de 2012. Metade de todos os refugiados são crianças. Uma em cada três crianças sírias já nasceu durante o conflito que teve início há cinco anos. Segundo o relatório da UNICEF, No Place For Children, perto de sete milhões de crianças vivem na pobreza. Passam agora cinco anos desde o início do conflito na Síria, e para lembrar os efeitos colaterais desta guerra junto da população infantil, a UNICEF lança o relatório No Place For Children (Este local não é para crianças) sobre o impacto da guerra nas crianças no interior da Síria e países vizinhos. “A violência tornou-se uma prática comum, atingindo casas, hospitais, escolas, centros de saúde, parques, jardins infantis e locais de culto”, afirmou Peter Salama, diretor regional da UNICEF para o Médio Oriente e Norte de África. “Com a prolongamento do conflito, as crianças continuam à mercê de uma guerra de adultos, continuam a não ir à escola, muitas veem-se obrigadas a trabalhar e muitas raparigas casam precocemente”. Mas para o responsável da UNICEF, nada está perdido. “Não é demasiado tarde para as crianças sírias. Elas continuam a ter esperança numa vida com dignidade e oportunidades. Elas continuam a acalentar sonhos de paz e a possibilidade de os concretizar.” (Visão, pela jornalista Sónia Calheiros)

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