A decisão da IPSA choca de frente com as políticas de austeridade defendidas pelo governo, que planeia cortes na despesa na ordem dos 12 mil milhões de libras ( 17 mil milhões de euros). Na semana passada o ministro das Finanças britânico, George Osborne, anunciou que os aumentos salariais da função pública ficariam limitados a 1%. No mesmo dia em que o organismo confirmou o aumento de 10%, o Ministério da Justiça britânico anunciou o encerramento de 91 tribunais e o do Interior confirmou que os polícias de Inglaterra e País de Gales apenas verão os seus vencimentos subir 1%. Face ao aumento forçado, vários deputados já anunciaram a intenção de doar o valor a organizações de caridade. Foi o caso da ministra da Educação, Nicky Morgan, do exministro do Poder Local Eric Pickles e de três dos candidatos à liderança trabalhista, Andy Burnham, Liz Kendall e Yvette Cooper. Esta última classificou como loucura o aumento ontem aprovado. “Como é possível que David Cameron tenha deixado isto acontecer? Ele tem de entrar em campo rapidamente para impedir que este aumento vá por diante. Se for em frente, não aceitarei, se for possível vou doar o dinheiro a alguma coisa que financie o ensino ou a alguma causa semelhante na minha circunscrição”, disse Cooper, que desde 2010 é eleita deputada por Normanton, Pontefract e Castleford. Questionada pelos jornalistas, a porta- voz de David Cameron lembrou ontem que “o primeiro- ministro se opôs de forma consistente ao processo de aumentos salariais ao longo do processo de consulta”. No que toca a saber se o político conservador ficará ou não com o dinheiro do aumento salarial, uma fonte do n. º 10 de Downing Street, citada pelo site do jornal Telegraph, apenas declarou: “Como ele gasta o dinheiro dele é um assunto privado. Ele já dá dinheiro para a caridade, mas quanto é que ele dá e como gasta o seu salário mensal é uma coisa que é um assunto privado.” (DN-Lisboa)
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