segunda-feira, 20 de julho de 2015

Passos inspira humor e intervenção política nas redes sociais

Primeiro Passos Coelho teve “curiosamente” e “por acaso” uma ideia para salvar o acordo com a Grécia. Depois, afinal, a ideia não tinha sido sua, mas do primeiro- ministro holandês, como revelou ontem o presidente do Conselho Europeu. As redes sociais, principalmente o Twitter, têm feito as delícias dos internautas com os comentários, as ironias e até alguns exemplos de intervenção política pura, inspirados nas deixas do primeiro- ministro português.
# PorAcasoFoiIdeiaMinha no Twitter, a hashtag criada por causa da revelação do chefe de governo sobre a autoria da solução para o acordo grego, tornou- se viral, quase ao nível do “vai estudar Relvas”, também no mês de julho, mas em 2012. Mas afinal estes palcos virtuais servem para mudar, de facto, alguma coisa? Quanto à deixa de Passos, esta serviu para brincar, mas também para alguns ajustes de contas, com alguns refrescamentos de memória sobre medidas de austeridade. Francisco Dias, o diretor de marketing do Twitter/ Portugal, que já foi responsável pela comunicação de um partido político, diz que “cada vez mais este meio é utilizado para a intervenção política. Fala diretamente às pessoas, sem agentes de comunicação pelo meio. Não há acesso mais democrático e livre”. Sublinha que “a tendência é global”, recordando casos como o de Hillary Clinton, que anunciou no Twitter a sua candidatura à presidência dos EUA, ou David Cameron, que utilizou primeiro as redes sociais para divulgar o programa de governo. João Villalobos, consultor especializado em comunicação e um assíduo utilizador das redes sociais, nota que “o que torna a viralidade no Twitter mais penalizadora, em termos de reputação e perceção, é o facto de a plataforma ter predominantemente em Portugal uma utilização pelos chamados opinion makers; jornalistas, políticos, o que obviamente torna o que é negativo mais prejudicial ainda, pela sua repercussão junto de uma audiência que, por sua vez, é seguida por um público alargado”. O politólogo Adelino Maltez não acredita na influência dos fenómenos virais no eleitorado. “Para os políticos o que interessa são as televisões. As redes sociais são uma espécie de democracia da opinião que ganha um referendo, mas não ganha o poder. Quem manda na opinião são os donos das televisões.” Na verdade, segundo as estatísticas de ontem à tarde da Socialbakers, a política e os políticos estão longe dos tops dos portugueses mais seguidos. Jogadores de futebol ( Cristiano Ronaldo tem 104,3 milhões no Facebook e 36,7 milhões no Twitter) são os primeiros nas redes sociais. O primeiro político no top do Twitter é Durão Barroso, em 46. º lugar, com 149 mil seguidores, já no Facebook é Cavaco Silva, em 368. º , com 186 mil “amigos”.
A hashtag da frase de Passos tinha sido utilizada mais de 4000 vezes , segundo um outro barómetro, a Topsy. Ainda longe das mais de 20 mil partilhas da # PrayForPortugal, uma reação viral a um falso golpe de Estado no nosso país, difundido por um utilizador do Twitter, no dia 25 de abril de 2013 (DN de Lisboa)

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