O nevoeiro ainda está denso. As casas tomadas pela vegetação ainda
não se revelaram por completo. Mas é nesta altura que os visitantes começam a
chegar. O fotojornalista Damir Sagolj visitou a aldeia quase abandonada de
Houtouwan, na China, onde os turistas, que chegam às centenas todos os dias,
convivem com os escassos habitantes – bastam os dedos de uma mão para contar os
que ainda resistem. Há vinte anos, nesta aldeia piscatória situada numa ilha a
leste de Xangai, viviam mais de 2000 pessoas. No início da década de 1990
começaram a desaparecer gradualmente. Os primeiros foram os mais ricos,
procurando escapar a um quotidiano onde o acesso à educação e aos bens
alimentares era comum. Mas o resto da população seguiu-lhe os passos e o tempo
tratou de alterar o aspecto de Houtouwan “A natureza reclamou aquilo que era
seu”, diz Damir Sagolj. A vegetação cobriu paredes e entrou pelas casas.
Reduziu caminhos e tornou inacessíveis algumas áreas. “A aldeia não está muito
diferente daquilo que encontrei em Chernobyl ou noutros locais igualmente
abandonados”, refere Sagolj. Foi esse ambiente que atraiu os primeiros
curiosos. As fotografias que tiraram espalharam-se e “de repente, uma pequena
invasão de visitantes começou e nunca mais parou” (Publico)
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