O Governo quer comprar 1200 carros eléctricos até 2020, promover o
teletrabalho e estimular os funcionários públicos a andarem de bicicleta. Estas
são três medidas centrais de um programa de mobilidade sustentável para a
administração pública, que entrou em vigor esta quarta-feira. O objectivo é
diminuir em 20% as emissões de CO2 da frota de automóveis do Estado, reduzir os
gastos com combustível e tornar mais amigas do ambiente as deslocações em
trabalho. O programa, que se chama Eco.mob, prevê investimentos de 41,5 milhões
de euros, que potencialmente podem resultar numa poupança de 50 milhões de
euros. A maior parte do dinheiro – 25 milhões – será aplicada na renovação do
parque de automóveis do Estado, que é velho e poluente. A administração central
tinha, em 2014, cerca de 26 mil automóveis, com uma média de 14 anos e 181 mil
quilómetros percorridos, segundo dados da Entidade de Serviços Partilhados da
Administração Pública. Quatro em cada cinco carros do Estado emitem mais de 130
gramas de CO2 por quilómetro – bastante acima da média dos veículos ligeiros
novos vendidos no país, que é de 109 gramas por quilómetro (g/km). Uma
legislação do ano passado já obriga o Estado a seguir critérios ecológicos na
compra de veículos até 2017. Até lá, 65% dos carros novos terão de emitir menos
de 95 g/km, 30% terão um limite de 100 g/km e 5% não estarão sujeitos a
restrições. O programa agora em vigor mantém estas metas até 2020 e prevê a aquisição,
nesse período, de 1200 veículos eléctricos. No âmbito de um programa-piloto, o
Estado já adquiriu 30 carros eléctricos este ano, que substituirão os carros
mais antigos e com mais quilómetrosnos ministérios do Ambiente e das Finanças.
O Governo também quer instalar brevemente 49 postos de carregamento rápido para
veículos eléctricos, dos quais 15 em cidades e 34 em auto-estradas. Os futuros
veículos eléctricos não representarão senão uma pequena fatia – cerca de 5% –
da frota pública de automóveis. Hoje, cerca de metade dos carros do Estado
(58%) é composta por viaturas da GNR e da PSP. Um quinto (20%) está na posse
das Forças Armadas. O resto está repartido entre os diversos órgãos da
administração pública. Destes, 195 são utilizados directamente pelos gabinetes
dos ministros, da Presidência do Conselho de Ministros e dos representantes da
República nos Açores e na Madeira (Publico, jornalista Ricardo Garcia)
Sem comentários:
Enviar um comentário