sábado, 13 de fevereiro de 2016

O porco só se preocupa com Portugal: Ministro alemão das Finanças espera que Portugal não volte a viver problemas do passado

O ministro alemão das Finanças está preocupado com a subida dos juros da dívida portuguesa e diz que o Governo tem de fazer tudo para contrariar as inseguranças nos mercados financeiros. Lamenta, ainda, a situação portuguesa e diz que espera que o país não volte a viver os problemas do passado
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Schäuble: seria “perigoso” para Portugal inverter o “caminho bem-sucedido”

É mais pressão para António Costa. O ministro alemão das Finanças defendeu esta quinta-feira que o Governo português deve prosseguir o caminho “de sucesso” dos últimos anos, sublinhando que os “mercados já andam nervosos” com a eventual inversão das políticas.
“Estamos atentos aos mercados e Portugal não pode perturbar os mercados se der a noção de que está a inverter o caminho até aqui percorrido. Isso seria muito delicado e perigoso para o país”, declarou Wolfang Schäuble à chegada de uma reunião do Eurogrupo, em Bruxelas. Schäuble garantiu ainda que o Governo germânico irá continuar a instar o Executivo português a manter o rumo seguido nos últimos quatro anos. “Vamos continuar a encorajar firmemente os nossos colegas portugueses a não se desviarem do caminho bem-sucedido até agora percorrido”, acrescentou. As palavras do governante alemão surgem na mesma linha do discurso da chanceler. Na sexta-feira passada, Angela Merkel teceu elogios a Passos Coelho, considerando que é vital que Portugal prossiga o “caminho de sucesso” dos últimos anos. “O antecessor de António Costa conduziu Portugal por um período bastante conturbado, não foi fácil, mas na verdade foram conseguidas coisas impressionantes e deve-se fazer tudo para continuar este caminho de sucesso”.
Num encontro em Berlim com António Costa, a chanceler afirmou que foram conquistados importantes progressos durante o processo de ajustamento, sendo fundamental que o país “enverede por um caminho de mais crescimento e de mais emprego”. Esta quinta-feira, o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, também deixou um recado ao Governo português, advertindo que podem ser necessárias medidas adicionais, de forma a respeitar o pacto orçamental. Na semana passada, o colégio de comissários europeu deu luz verde ao Orçamento do Estado português para este ano, mas com reservas. O Executivo comunitário salientou que existe risco de incumprimento do Pacto de Estabilidade e de Crescimento. Na altura, o vice-presidente da Comissão Europeia Valdis Dombrovskis pediu ao Executivo de António Costa para tomar os “passos necessários” para assegurar o cumprimento do défice. O comissário europeu dos Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, afirmou, por seu turno, que o caminho de Portugal ainda é “longo” e que Bruxelas voltará a avaliar a situação do país em maio (Expresso)
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Schäuble lamenta “a situação de Portugal”

O ministro alemão das Finanças afirmou esta sexta-feira que Portugal "tem de fazer tudo ao seu alcance para contrariar as inseguranças nos mercados financeiros", referindo que o "bom caminho ainda não permite estar bem". "Lamento esta situação para Portugal", diz.
Em conferência de imprensa, após a reunião do Conselho de Assuntos Económicos e Financeiros (Ecofin), em Bruxelas, Wolfgang Schäuble referiu que o seu homólogo português, Mário Centeno, "sabe que Portugal tem de fazer tudo ao seu alcance para contrariar as inseguranças nos mercados financeiros".
"Porque, naturalmente, sabe que Portugal estava no bom caminho. Mas este bom caminho ainda não permite Portugal estar bem. É este o ponto da situação. Trata-se apenas do desejo de não voltar a ter de novo os problemas que existiam há alguns anos em Portugal", afirmou. Schäuble assumiu que os ministros europeus assistem com "preocupação" aos aumentos das taxas de juros da dívida portuguesa nos mercados financeiros.
"É isso que nos preocupa e todos os ministros das Finanças têm conhecimentos suficientes para saber que isto representa uma carga adicional para o orçamento", observou o ministro, acrescentando que as autoridades nacionais devem "evitar qualquer situação geradora de insegurança nos mercados".
"E aparentemente foram criadas algumas inseguranças. E isto foi devidamente apontado pela Comissão", disse. Já na quinta-feira, à entrada para a reunião dos ministros da zona euro, Schäuble tinha notado a necessidade de Portugal não se desviar do caminho, até porque os mercados tinham mostrado algum nervosismo.
"Vamos continuar a encorajar firmemente os nossos colegas portugueses a não se desviarem do caminho de sucesso até agora percorrido", referiu o ministro, indicando que os "mercados estão a ficar nervosos". Por seu lado, na conferência final do Eurogrupo, o diretor do Mecanismo Europeu de Estabilidade Financeira, Klaus Regling, afirmou ter sido "tranquilizador" que Portugal se tenha comprometido a preparar medidas adicionais que podem ser necessárias, já que os mercados reagiram negativamente às incertezas orçamentais. O Eurogrupo subscreveu na quinta-feira a análise da Comissão Europeia, que na passada sexta-feira, deu 'luz verde' ao plano orçamental depois de Lisboa ter apresentado medidas adicionais, cujo impacto global estimado variará entre os 970 milhões de euros (expectativas de Bruxelas) e os 1.125 milhões de euros (projeções do Governo).
A diferença de 155 milhões de euros que não impediu a Comissão de dar o seu aval ao projeto orçamental, embora apontando para os riscos de incumprimento. O Eurogrupo pediu a Portugal para trabalhar em medidas adicionais, que podem ser aplicadas se necessário para garantir que o país cumpre os compromissos europeus (Expresso)

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