sábado, 24 de outubro de 2015

Venezuela: Corina Machado, ela foi o pesadelo de Hugo Chavez

María Corina Machado (Caracas, 7 de Outubro de 1967) também conhecida como MCM, foi uma integrante eleita da Assembleia Nacional da Venezuela. Fundadora, ex-vice-presidente e ex-presidente da organização civil Súmate, juntamente com Alejandro Plaz e pré-candidata para a eleição presidencial venezuelana em 2012. Juntamente com otros integrantes do Súmate, foi acusada de conspiração para fundos recebidos do NED (National Endowment for Democracy), provocando a condenação do governo de Hugo Chávez por grupos de defesa dos direitos humanos. Durante os protestos na Venezuela em 2014, foi uma das principais organizadoras das manifestações contra o presidente Nicolás Maduro.
Nascida em 7 de Outubro de 1967,[1] como "mais velha de quatro filhas de um empresário do ramo do aço e de uma psicóloga formada." Reconhece que sua infância foi "protegida do contato com a realidade" numa família "conservadora e católica fervorosa", que incluía o ensino em escolas particulares na Venezuela, internatos nos EUA e várias viagens para a Europa. Entre seus antepassados inclui-se Eduardo Blanco, autor do clássico de 1881 Venezuela Heroica e um parente morto durante o um levante contra a ditadura de Juan Vicente Gómez.
É formada em engenharia industrial pela Universidade Católica Andrés Bello e possui mestrado em finanças pelo Instituto de Estudios Superiores de Administración (IESA, escola de negócios) de Caracas. Em 1992, já mãe de três filhos, criou a Fundación Atenea, para ajudar com doações privadas, órfãos e crianças carentes de caracas. Foi também presidente da fundação Oportunitas. Depois de trabalhar na indústria automobilística em Valencia, mudou-se em 1993 para Caracas. Por seu papel na Súmate abandonou a organização para não politiza-la.
Em 2004, a Súmate fez uma petição que levou ao referendo de 2004 na Venezuela, que sugeria a interrupção do mandato de Hugo Chávez. De acordo com a CBS News, Chávez descreveu os líderes da Súmate como "conspiradores", "golpistas" e "lacaios" do governo dos EUA. Após o referendo, os membros da Súmate foram acusados de traição e conspiração, nos termos do artigo 132 do Código Penal venezuelano, por receber do NED, apoio financeiro para as suas atividades. Em 2005, o The Wall Street Journal, noticiou que Machado enfrentou acusação de conspiração por ter recebido do NED uma doação de US$ 31.000,00 para "trabalho educativo apolítico". Naquele mesmo ano, o The New York Times definindo-a como a "adversária mais detestada do governo venezuelano, uma jovem mulher com um a velocidade de uma metralhadora giratória, que muitas vezes aparece em Washington ou Madrid para denunciar o que ela chama a erosão da democracia no governo do presidente Hugo Chávez", e diz que o governo venezuelano considera-a "um membro de uma elite corrupta vendida ao tão difamado governo Bush".
O porta-voz do departamento de Estado dos Estados Unidos declarou que a decisão de processar-la era "parte da campanha do presidente Hugo Chávez... para intimidar os membros sociedade civil e impedi-los de exercer os seus direitos democráticos", acrescentando que a administração Bush estava "seriamente preocupada" com a decisão do Supremo Tribunal de Justiça venezuelano. As acusações criminais desencadearam condenações da Human Rights Watch e grupos democratas, da Embaixada dos EUA na Venezuela, e de uma coligação de líderes mundiais.
Machado reconheceu, em 2005, o apoio dos venezuelanos a Chávez, dizendo "nós temos que reconhecer as coisas positivas que têm sido feitas", mas que o presidente é "cada vez mais intolerante". Machado e Plaz foram convidados a se reunir com os legisladores da Assembleia Nacional em agosto de 2006 para uma investigação sobre o financiamento da Súmate, mas tiveram seu acesso à audiência, embora tenham afirmado que receberam cartas solicitando a sua presença.
Em 2011, Machado anunciou o lançamento de sua pré-candidatura para a eleição presidencial da Venezuela em 2012.  Em 13 de janeiro de 2012, durante o discurso anual de Chávez à Assembleia Nacional venezuelana, Machado confrontou-o sobre a escassez de produtos básicos, a criminalidade e as nacionalizações das indústrias de base: "Como você pode dizer que protege a propriedade privada quando pequenas empresas foram expropriadas? Expropriação sem indenização é roubo".
Henrique Capriles Radonski foi o vencedor das primárias 12 de Fevereiro de 2012 para ser o candidato da oposição contra Chávez na eleição presidencial de Outubro; de acordo com a Associated Press, Machado "admitiu a derrota antes do anúncio dos resultados, dizendo que também irá apoiar ativamente Capriles".
Machado venceu as eleições para a Assembleia Nacional nas urnas 26 de setembro, 2010, como a mais alta votação da nação; ela e seu companheiro do Primeira Justiça Enrique Mendoza foram os "dois mais votados em todo o país". Machado disse que o presidente "cometeu um grande erro, transformando a eleição em um plebiscito sobre si mesmo... Este é um sinal claro de que os venezuelanos não querem um governo autoritário, um governo militarizado, um governo centralizado e um governo que quer transformar a Venezuela numa Cuba...
Em 21 de março de 2014, Machado compareceu, a pedido do Panamá, na reunião Organização dos Estados Americanos (OEA) para falar sobre a situação do país. Depois de sua aparição na OEA, de acordo com o The Wall Street Journal, "parlamentares pró-Maduro, que dominam a Assembleia Nacional", disseram sua aparição na OEA é proibida pela Constituição da Venezuela, e suspenderam seu mandato. Foi acusada pelo presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Diosdado Cabello, de ter atuado como representante suplente do Panamá na reunião da OEA. Ela respondeu a Cabello afirmando existir uma "ditadura na Assembleia Nacional"  e disse que a sua suspensão da Assembleia Nacional foi ilegal (aqui)

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