terça-feira, 27 de outubro de 2015

O cinto dos portugueses chega ao último furo

Para metade dos portugueses, o dinheiro nem sempre chega ao final do mês, mesmo com hábitos de planeamento. As finanças destas famílias com dificuldades estão cada vez piores e, desta vez, fomos mais fundo no poço do orçamento familiar. Entrevistámos 1222 pessoas e verificámos que mais de metade nem sempre consegue chegar ao final do mês com dinheiro e para 12% dos inquiridos essa é uma realidade. Pegue num caderno e faça uma tabela, como a da imagem, de um lado as receitas e do outro as despesas. Será mais fácil ter noção do que gasta por mês e daquilo que deve poupar. Se preferir, pode gerir o orçamento familiar através da nossa ferramenta online. Segundo o nosso estudo, só 40% das pessoas inquiridas são bem-sucedidas neste tipo de planos. Controlar o saldo e/ou o extrato para verificar as entradas e saídas de dinheiro é das técnicas mais utilizadas pelos inquiridos.
“Os filhos ficam caros”, já deve ter ouvido ou dito esta expressão e, segundo o nosso estudo, é mais difícil de organizar um orçamento de um agregado familiar quando existem filhos. Esta dificuldade está associada aos custos extra, como o custo da educação como a entrada na escola. Se já é difícil esticar o dinheiro até ao final do mês, torna-se ainda mais com os créditos à habitação, os empréstimos para o carro e até mesmo os cartões de crédito.
A situação de crise atual fez com que a percentagem de pessoas com dificuldade em fazer face às suas despesas subisse de 23% em 2011 para 76% em 2014. Para tentar remediar esta situação, muitas pessoas tiveram de começar a trabalhar horas extra ou então de arranjar um segundo trabalho. Se utilizou o cartão de crédito, tente pagar o empréstimo por completo, pois os juros são muito altos. Pedir dinheiro emprestado a familiares ou a amigos é uma das soluções mais recorrentes. O famoso pé de meia e os subsídios de natal e de férias são também utilizados para resolver imprevistos. Se as pessoas têm dificuldade em pagar as contas, poupar torna-se quase impossível. Apenas uma minoria (3%) conseguiu colocar algum dinheiro de parte que, em média, não vai além dos 1000 mil euros. Quando realizámos o inquérito, um quinto dos agregados estava envolvido num programa de gestão de endividamento, a maioria do Gabinete de Apoio ao Sobre-endividado da DECO. Alguns constavam de uma lista “negra” de devedores, o que os impede de contrair novos créditos, bem como de utilizar cartões de crédito e cheques, entre outras consequências. Esta difícil situação económica leva à deterioração do ambiente familiar, problema reportado por 76% dos inquiridos. Aqui o motivo é o dinheiro ou a falta dele.
No geral, os inquiridos têm consciência da importância do planeamento e da poupança. Segundo o estudo, 99% dos inquiridos consideram que é importante ter um pé de meia para os imprevistos e 93% consideram-se muito organizados na gestão diária do dinheiro. Também verificámos que cerca de 87% são mais poupados do que gastadores e que 59% preferem planear o futuro do que viver só para o presente (fonte: DECO Proteste)

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