sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Bastidores: O valor das investigações jornalísticas

A investigação judicial que corre no Brasil sobre Inácio Lula da Silva demonstra que os jornalistas continuam a ter um papel importante na sociedade. O processo em curso nasceu de uma recolha que a justiça brasileira fez de reportagens publicadas na imprensa sobre a relação do ex-Presidente com a Odebrecht. Entre elas, havia um artigo da revista Veja sobre o sobrinho de Lula da Silva, Taiguara Rodrigues dos Santos, que enriqueceu a fazer negócios em Angola e Cuba. A SÁBADO seguiu a pista e confirmou que a empresa deste foi contratada pela Odebrecht. Mas descobriu mais, algo que até agora ninguém sabia: a maioria do capital da empresa de Taiguara Rodrigues dos Santos (51%) pertence ao grupo português Exergia. Toda a história, para ler nas págs. 54 e 55 da revista SÁBADO de 12 de Agosto.
Os direitos de um ministro
Em Portugal, aconteceu o mesmo com a investigação da SÁBADO às obras realizadas nas casas dos ministros António Pires de Lima e Maria Luís Albuquerque. O primeiro texto foi publicado a 4 de Dezembro de 2014, seguido de uma entrevista a um funcionário da Câmara de Cascais, que adensou as suspeitas com acusações directas. As autoridades decidiram, então, abrir uma investigação, o que a SÁBADO noticiou a 12 de Março, com o título Câmara de Cascais já é caso de polícia. É esse o texto que motiva o direito de resposta de Maria Luís Albuquerque, que referimos na capa e publicamos na pág. 52, por determinação da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. O primeiro pedido da ministra para que isso acontecesse chegou por email, enviado por um assessor, ao qual se seguiram três cartas, todas escritas e enviadas em folhas e envelopes timbrados do Ministério das Finanças (na foto em baixo). Sobre o envolvimento no caso nunca a SÁBADO teceu qualquer juízo, mas já o facto de um ministro usar meios públicos para tratar uma questão pessoal é um comportamento que não podemos deixar de censurar. Por fim, esclarecer os nossos leitores que a lei impede a revista e o autor do texto de comentarem o direito de resposta, mas a SÁBADO vai evidentemente continuar a investigar e a noticiar os desenvolvimentos do caso.
Viajar pelos ares à boleia
Rita Pedras ainda está a dar os primeiros passos para ser jornalista. Em terra, porque voar não é do que mais gosta. Ainda assim, superou o medo e aceitou fazer uma reportagem sobre o novo serviço que permite ir à boleia numa avioneta. Já no ar, aventurou -se a pilotar por alguns segundos e aprendeu que todos os aviões portugueses – incluindo os da TAP – se identificam por "Charlie-Sierra" (CS) e que a comunicação com os pilotos espanhóis é tudo menos fácil. Nos aeródromos até há afixados apelos para que tentem usar o "portunhol", de outra forma ninguém os entende (texto do jornalista Rui Hortelão da Sábado)

Sem comentários:

Enviar um comentário