O ex-primeiro-ministro
José Sócrates, detido preventivamente na cadeia de Évora por suspeitas de
corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais vendeu o apartamento de
luxo que tinha no edifício Heron Castilho, na Rua Braancamp, em Lisboa. A
notícia, avançada na edição desta terça-feira do Correio da Manhã, foi
confirmada pelo PÚBLICO. O apartamento no centro da cidade tinha sido comprado
pelo antigo governante em 1998 por 47 milhões de escudos (cerca de 235 mil
euros). Na altura também foi uma arrecadação, por 1,5 milhões de escudos (7500
euros). Os imóveis estiveram hipotecados até 2011, como garantia a um
empréstimo da Caixa Geral de Depósitos para a sua compra. Com as contas
congeladas pelas autoridades, o arguido da operação Marquês voltou a hipotecar
o apartamento em Janeiro passado, quando já se encontrava detido, por 250 mil
euros, segundo noticiou a TVI. No passado dia 6 de Agosto vendeu-o, juntamente
com a arrecadação e através do seu advogado, João Araújo, por 675 mil euros. O
novo proprietário da fracção é um advogado paquistanês, Muhammad Makhduum Ali
Khan, que, segundo aquele diário, usou a aquisição para se candidatar a um
visto dourado. A atribuição do visto de residência ainda estará pendente. Conforme
o PÚBLICO noticiou, um terceiro andar idêntico ao de José Sócrates e situado no
mesmo piso tinha sido vendido, em 1996, por 351 mil euros a um emigrante
português que estava isento de sisa - ou seja, por mais 50 por cento do que o
valor declarado pelo governante dois anos depois. No mesmo edifício a mãe do antigo
líder do PS foi também proprietária de um apartamento semelhante ao do filho,
que vendeu no Verão de 2012 por 600 mil euros a Carlos Santos Silva, o
empresário amigo de Sócrates e neste momento em prisão domiciliária também no
âmbito da operação Marquês. O
antigo primeiro-ministro mantém-se na cadeia de Évora depois de ter recusado,
em Junho passado, voltar para casa com pulseira electrónica. A revisão das
medidas de coacção que lhe foram aplicadas no âmbito do processo Marquês deverá
ocorrer até 9 de Setembro, altura em que o recluso poderá ser enviado para casa
com guarda à porta, tal como sucedeu com Ricardo Salgado, do Banco Espírito
Santo (jornalista Ricardo Garcia, Público)
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