A Porsche registou o melhor arranque de ano na história da marca em Portugal, impulsionada pelas vendas do novo modelo Macan. "Neste momento, estamos a caminho de um ano recorde no mercado português com 401 viaturas entregues nos primeiros nove meses do ano, o que corresponde a um aumento de 38,8% em relação a 2014", avança o director de marketing e comunicação da Porsche Ibérica, Nuno Costa, ao Diário Económico. Em Portugal a marca de luxo alemã conta com cinco concessionários (Lisboa, Porto, Braga, Leiria e Faro) e emprega cerca de 80 pessoas. O modelo mais vendido é o novo Macan, um SUV compacto ‘premium', que tem mais de 200 unidades vendidas. Trata-se de um modelo de gama intermédia destinado a uma utilização familiar. Além deste modelo, os portugueses compraram o Porsche 911, Cayman, Boxter, Cayenne e Panamera. O mais sofisticado é o 918, que custa perto de 900 mil euros no mercado nacional.
Em relação ao escândalo que envolve a Volkswagen (VW), que poderá afectar as vendas do grupo com um todo nos próximos meses, Nuno Costa sublinha que, até ao momento, não registaram "nenhum decréscimo nas vendas". Recorde-se que a VW AG e a Porsche chegaram a acordo de fusão no início de Julho de 2012, e que actualmente fazem parte do mesmo grupo automóvel.
Perante a situação do grupo, o responsável antevê "tempos desafiantes", mas a confiança na marca e os bons resultados alcançados levam-no a dizer que será possível atingir os objectivos e fechar o ano acima das "200 mil unidades, pela primeira vez na história da marca", nos mercados onde está presente. A Porsche vai investir, nos próximos cinco anos, mais de 1.100 milhões de euros em instalações de produção já existentes, tais como, uma nova fábrica de motores e outros organismos no principal centro de negócios da empresa, em Zuffenhausen, na Alemanha, onde também a linha de montagem será aumentada. A partir do verão de 2016, esta linha de montagem, que produz os modelos 911 e Boxster, irá produzir o Cayman.
"A crise é uma oportunidade para melhorar"
O grupo VW atravessa hoje a pior crise de sempre depois de ter admitido que instalou em 8,5 milhões de automóveis um ‘software' fraudulento que manipula as emissões de NOx. Nuno Costa defende que "qualquer crise deve ser vista como uma oportunidade de melhorar e procurar soluções mais inovadoras e tecnologias alternativas". O responsável acredita que o consumidor está hoje muito mais informado e "muito melhor capacitado para tomar as duas decisões". Em relação à Porsche, a primeira grande alteração que esta crise trouxe foi a mudança da gestão, uma vez que o presidente-executivo da Porsche, Matthias Müller, passou para responsável do grupo VW, substituindo Martin Winterkorn. Oliver Blume é o novo presidente da comissão executiva do fabricante de automóveis desportivos. Também o vice-presidente de vendas e marketing da Porsche foi promovido para CEO da Skoda. Todas estas mudanças são para Nuno Costa "um sinal de reconhecimento para a Porsche dentro do grupo VW mas também ao nível do sector automóvel e do mercado em geral. Trata-se de reconhecer competência" (Economico, texto da jornalista Sara Piteira Mota)
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