“Não podemos ter um governo com 16 ministros”, disse
Passos, em 2011. Era o número de ministros do governo de Sócrates. Se há uma diferença visível entre o “velho” e o “novo”
governo de Pedro Passos Coelho é o número de ministros. Contas feitas, o
executivo da coligação passou de 11 ministros para 16, o mesmo número de
ministérios que tinha José Sócrates em 2009. A dimensão do governo foi uma das bandeiras de Passos
na campanha eleitoral, em 2011. O líder do PSD prometia dar o exemplo e fazer
um governo que não tivesse mais de dez ministros. “Não podemos ter um governo
com 16 ministros, mais dezenas de secretários de Estado. Temos de ter um
governo que se possa sentar à volta da mesa e que, com o primeiro-ministro,
possa responder pelas decisões que são tomadas. E isto pode fazer-se com um
governo muito mais pequeno e com um número de ministros não superior a dez”,
disse.
Um governo “seco, enxuto, disciplinador e frugal,
desde logo na sua formação” e não um executivo com “16 ministros”, defendeu
Passos Coelho, em Abril de 2011, numa intervenção na Universidade Lusófona, em
Lisboa. A ideia não agradou a Belém, que alertou para os riscos de um governo
pequeno, mas Passos insistiu que “dez ministros podem dar boa conta do recado”.
O governo acabou por ter 11 ministros, mas foi
crescendo ao longo da legislatura e chegou ao fim com 14. O novo executivo, que
vai tomar posse na sexta-feira, ainda é mais pesado e tem 16 ministros. Apesar de ter mais ministérios, o novo governo da
coligação tem o mesmo número de mulheres: quatro (Teresa Morais, Margarina
Mano, Assunção Cristas e Maria Luís Albuquerque). O novo executivo também tem
menos independentes. Se em 2011, o executivo tinha quatro ministros (Nuno
Crato, Paulo Macedo, Vitor Gaspar e Álvaro Santos Pereira) que não estavam
ligados ao PSD ou ao CDS, o novo governo tem apenas três (Rui Medeiros, Margarida
Mano e Leal da Costa). (Jornal I)
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