Mais de metade (59%) das famílias sobreendividadas que
pediram este ano ajuda à DECO recebe um ou dois salários mínimos, segundo as
estatísticas do Gabinete de Apoio ao Sobreendividado (GAS) da associação.
"A situação não está melhor este ano do que no
anterior", afirmou a coordenadora do GAS, Natália Nunes, explicando que,
por um lado, o número de pedidos de ajuda é idêntico ao de 2014 e, por outro, a
maioria é de famílias que vivem com um ou dois salários mínimos nacionais por
mês. Até terça-feira tinham chegado à DECO 26.035 pedidos
de famílias sobreendividadas, o mesmo que em igual período de 2013 e de 1014, e
59% dessas famílias estavam a trabalhar, 26% estavam no desemprego e 15% na
reforma.
"Muitas das famílias que estavam a trabalhar
[59%] são pessoas que foram confrontadas com cortes salariais e desemprego mas
que conseguiram este ano voltar ao mercado de trabalho, mas com rendimentos
correspondentes ao salário mínimo nacional", adiantou Natália Nunes. Daqueles 59% de famílias, a maior fatia (40%)
trabalhava no sector privado, 14% no sector público e 5% por conta própria. Dos
restantes, 26% estava desempregado e 15% reformado.
As causas do sobreendividamento também estão a mudar:
em 2013, o desemprego era a principal causa (35%) dos pedidos de ajuda ao GAS,
mas em 2014 passaram a ser os cortes salariais (33%) e em 2015 o desemprego e a
deterioração das condições laborais estão em pé de igualdade (29% cada). Mas este ano há uma nova terceira causa, com um peso
de 12%, que está relacionada com a diminuição dos rendimentos devido a penhora
de bens ou redução de rendimentos.
"No início de 2000, quando a DECO começou a
apoiar os sobreendividados, a penhora nem sequer era uma causa na origem das
dificuldades. Mas com o agravar da crise começou a surgir como uma causa e este
ano já representa 12 %", adiantou a mesma fonte (Jornal I)
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