segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Síria: quem é Asma al-Assad, mulher jovem que estudou e viveu no Ocidente

Asma al-Assad, em árabe: أسماء الأسد (Londres, 11 de agosto de 1975) é a primeira-dama da Síria. Nascida em Acton, Londres, em uma família que havia imigrado para o Reino Unido a partir de Homs, na Síria. Casou-se com o presidente Bashar al-Assad, em dezembro de 2000, tendo desenvolvido a sua carreira em bancos de investimento.
Nascida Asma Fawaz al-Akhras (em árabe: أسماء فواز الأخرس), Asma é filha do cardiologista Fawaz Akhras e da diplomata aposentada Sahar Otri al-Akhras. Asma cresceu em Acton, onde frequentou uma escola da Igreja Anglicana. Terminou seus estudos no Queen's College, em Londres. Seu ensino superior foi concluído no King's College de Londres e graduou-se em 1996 com uma licenciatura em Ciência da Computação e um diploma em literatura francesa. Depois da faculdade, Asma começou a trabalhar para a Deutsche Bank na divisão de gestão de fundos com clientes na Europa e no Extremo Oriente. Em 1998, juntou-se a divisão do banco de investimentos da J. P. Morgan, especializada em fusões e aquisições de empresas farmacêuticas e de biotecnologia. Durante seu tempo na JP Morgan, trabalhou principalmente no escritório de Nova York, onde realizou quatro grandes fusões para clientes americanos e europeus.
Asma regressou para a Síria em novembro de 2000 e se casou com o presidente em dezembro. Eles se conheceram na faculdade, em Londres. O casal têm três filhos: Hafez, Karim e Zein.[3] Em 2008 ela ganhou a Medalha da Presidência da República Italiana pelo seu trabalho humanitário e um doutorado honorário em arqueologia na Universidade de Roma "La Sapienza".
No início da sangrenta Guerra Civil Síria, em que as forças da oposição lutavam para tentar derrubar a família Assad do poder, sua popularidade caiu vertiginosamente, com denúncias de que, alheia ao que acontecia no país, ela mantinha seu estilo de vida "extravagante", com enormes despesas pessoais. Suas aparições públicas durante o conflito seguiam raras, o que levou a imprensa a especular se ela havia deixado a Síria, o que era negado pelo governo. Então, em março de 2013, ela fez uma aparição pública (a primeira em quase um ano) na Casa de Ópera de Damasco em um evento chamado "Encontro de Mães". Ela fez outra aparição em outubro de 2013, em um encontro com cidadãos que perderam familiares na guerra. No evento, ela negou que tivesse intensões de deixar a Síria. (aqui)

Bashar e Asma tornaram-se um dos casais mais apetecíveis do mundo da política. Ele presidente de um país árabe e bem-falante em inglês, ela bonita e bem vestida. Mas o interesse das revistas e dos jornais ocidentais não foi espontâneo e ingénuo. Afinal, por trás de uma imagem imaculada da família que manda na Síria, estava toda uma campanha para esconder os seus defeitos. 
Quando Bashar al-Assad foi para o Reino Unido formar-se em oftalmologia, conheceu Asma, uma britânica de ascendência síria. Os pais são de Homs, uma cidade agora completamente devastada pela repressão do regime do marido. Asma cresceu em Londres, formou-se em ciência computacional e literatura francesa e trabalhou como banqueira de investimentos no Deutsche Bank Group e na J.P. Morgan. Em 2000, quando Bashar assumiu a presidência, Asma largou tudo e foi para a Síria com ele. O casal têm três filhos: Hafez, Zein e Karim. 
Mas Asma al-Assad não quis ficar-se por acompanhar o presidente nos atos oficiais. Durante anos, a primeira-dama foi o rosto dos valores democráticos, dos direitos das mulheres e da educação. Fundou uma Organização Não-Governamental para ajudar os jovens, recebeu chefes de Estado e monarcas e dava sinais de abertura e prosperidade. 
Ao lado dela, o presidente sírio era um homem feliz, apoiado pela família e sempre bem visto pelos jornalistas. No entanto, segundo uma reportagem do «The New York Times», tudo não passou de uma encenação. 
Asma contratou vários relações públicas e assessores, pagos a peso de ouro, para divulgarem uma imagem da família Assad que não correspondia à realidade. A estratégia foi resumida pelo especialista em assuntos da Síria, Andrew Tabler: «Ele fala inglês e a sua esposa é gira». 
A campanha começou em 2006, quando Asma contactou a empresa de relações públicas Bell Pottinger, em Londres, após várias primeiras-damas terem começado a organizar um ciclo de reuniões e conferências anuais. «Ela queria fazer parte do clube», explicou Tim Bell, co-fundador da empresa e ex-conselheiro para os media de Margaret Thatcher. 
Em pouco tempo, a revista «Paris Match» já a apelidava de «Diana do Oriente» e a «Elle» considerava-a uma das mulheres mais bem vestidas do mundo da política. Também o «The Huffington Post» publicou um artigo elogiando a sua beleza. «Ela aderiu muito bem [à campanha], porque fala bem e é bonita», afirmou Gaia Servadio, escritora italiana que trabalhou para Asma em Damasco, acrescentando que a primeira-dama síria esperava que estes artigos desviassem as atenções do país. 
Entretanto, a empresa de relações públicas Brown Lloyd James recebia cinco mil dólares por mês (cerca de três mil euros) do casal Assad apenas para servir de elo ligação entre Asma e a «Vogue». Assim, não foi surpreendente que, em março de 2011, exatamente na mesma altura em que Bashar começava a matar dezenas de milhares de sírios, a Vogue tenha publicado um perfil da primeira-dama, intitulado «Uma rosa no deserto», elogiando a sua beleza e as suas atitudes. Com o avançar da repressão na Síria, o artigo acabou por ser apagado online e a sua autora, Joan Juliet Buck, mostrou-se arrependida por o ter escrito. Ainda assim, lembrou que Asma «é muito magra e veste-se muito bem, logo está qualificada para aparecer na Vogue». 
Os jornais britânicos divulgaram alguns e-mails de Asma que a comprometem com a violência na Síria, ao garantir todo o seu apoio ao marido. O mundo ocidental esqueceu Asma al-Assad, que já não aparece nas revistas de moda ou nos tablóides. Na Síria, os jornalistas só conseguem entrar clandestinamente, arriscando a sua vida, e já não são bem-vindos pelo casal. A rosa do deserto secou (TVI24)

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