Pensões: governo quer cortar num ano o mesmo que cortou nos últimos quatro

PSD e CDS tentam reduzir impacto do anúncio de Maria Luís Albuquerque sobre o corte de mais 600 milhões nas pensões, que ameaça causar fissuras na coligação. Em quatro anos foram 762 milhões. A despesa em pensões da Segurança Social começou a cair neste ano, algo que nunca tinha acontecido nas séries longas do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social, publicadas pelo Banco de Portugal e que remontam a 2001.Em abril, de acordo com os dados da execução orçamental das Finanças, que permitem atualizar essas séries, o valor em pensões pagas caiu 2,1% face a igual mês de 2014 (menos 104 milhões de euros). E ficou 762 milhões abaixo do nível registado em abril de 2011, quando Portugal pediu à troika para ser intervencionado. Este valor já conta com as pensões dos bancários, que foram integradas no regime geral pelo anterior ministro das Finanças Vítor Gaspar, no âmbito de uma engenharia financeira para reduzir o défice. Neste ano, os ex-bancários têm a haver mais 500 milhões de euros.