sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Ainda bem: “Diário Económico” consegue levantar penhora do fisco

Levantamento da penhora sobre as receitas do jornal alivia dificuldades financeiras, mas ainda há vários trabalhadores com salários em atraso. Processo de venda continua sem solução
A administração do "Diário Económico" conseguiu levantar esta semana a penhora do fisco às receitas geradas pela S. T. & S. F. - empresa do grupo Ongoing que explora o jornal e o canal ETV. Segundo apurou o Expresso, a penhora foi oficialmente levantada esta terça-feira e permite assim ao matutino aliviar um pouco as graves dificuldades financeiras que tem atravessado e regularizar parte dos salários que tem em dívida para com os seus trabalhadores.
A penhora do fisco a todas as receitas geradas pelo jornal tinha sido decretada em meados de dezembro, na sequência das dívidas acumuladas pelo "Económico" ao longo dos últimos anos ao Estado, à segurança social e a fornecedores - e que geraram um passivo acumulado que se situa já na ordem dos €30 milhões.
Depois dessa decisão do fisco, o diretor do jornal, Raul Vaz, comunicou aos trabalhadores que a situação financeira do projeto se tinha agravado e tornado "dramática", por tornar quase impossível o processamento de salários e os pagamentos a fornecedores. Durante este mês, no entanto, e apesar desse obstáculo adicional, os mais de 150 trabalhadores do jornal continuaram a assegurar a publicação diária do "Económico".
Segundo informações recolhidas pelo Expresso, para garantir o levantamento da penhora a administração da S. T. & S. F. terá dado como garantia a marca "Diário Económico". Contactado pelo Expresso, o administrador da empresa, Gonçalo Faria de Carvalho, não esteve disponível para esclarecer os contornos deste processo ou comentar a situação financeira da empresa.
Igualmente por esclarecer fica o ponto de situação no processo de venda do jornal, que ao longo do último ano chegou a motivar o interesse de empresas como a Newshold (antiga dona do "Sol" e do "i"), da Global Media (dona do "Diário de Notícias", do "Jornal de Notícias" e da TSF ) e dos franceses da Altice (proprietária da PT Portugal, dona do MEO). Mas nenhuma formalizou uma proposta de compra.
Nos últimos meses de 2015, de resto, o empresário angolano Domingos Vunge, ex-acionista da Score Media e proprietário da editora Media Rumo - que lançou no ano passado o semanário de economia "Mercado" - terá sido o único a avançar para uma fase mais adiantada de negociações para tentar comprar o título. Até ao momento, porém, o processo ainda não deu origem a qualquer acordo.
As fontes ouvidas pelo Expresso indicam que além de Vunge haverá ainda pelo menos mais um investidor a estudar a possível compra do "Diário Económico" (Expresso)

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