terça-feira, 22 de dezembro de 2015

O que tem de especial o braço direito de Putin?

Poder, segredos e muitas teorias da conspiração rodeiam o presidente russo Vladimir Putin. Que é ele a verdadeira Mona Lisa, uma tese acompanhada de retratos de um e de outra, em estilo descubra as diferenças. Ou que será imortal, a avaliar pelas imagens de um soldado em 1920 e depois novamente em 1941 que são a cara chapada de Putin.
Desta vez, a teoria envolve médicos credenciados e um artigo na segunda publicação médica mais importante do mundo. Na edição de Natal do British Medical Journal analisa-se a forma de andar de um dos homens mais poderosos, e temidos, do mundo: com o braço esquerdo à frente e o direito mais recolhido, colado ao longo do corpo. É sempre assim. Nas fotos de paradas, a caminhar na passadeira vermelha do Kremlin e até sentado à mesa. A pose nunca se desmancha.
Uma das áreas de estudo da neurologia é precisamente "as doenças do movimento" - "um andar assim pode indiciar Parkinson", explica o neurologista do Hospital de Santa Maria Joaquim Ferreira, que habitualmente recorre nas suas aulas e cursos a vídeos de figuras públicas como o ator Robin Williams ou o papa João Paulo II, ambos vítimas da doença.
Só que no caso de Putin qualquer coisa não batia certo. Desde logo o facto de não haver progressão da doença. Foi aí que o médico Rui Araújo, interno de neurologia, decidiu investigar outros ex-agentes do KGB e chegou mesmo a vasculhar o manual daquela polícia secreta russa. "Está explícito: os agentes devem andar sempre com o braço esquerdo à frente e o direito encostado ao corpo", revela-nos Rui Araújo - para estarem sempre prontos a sacar da arma.
A partir desta investigação, e depois de contactarem neurologistas russos, os dois médicos portugueses, em colaboração com colegas holandeses, escreveram um artigo, publicado neste número especial do British Medical Journal, com o título A marcha do pistoleiro.
"Houve publicações científicas que recusaram o artigo por ter um cariz político," assume Joaquim Ferreira. Mas a revista britânica não se acobardou. E afinal, o que Putin tem não é defeito, é feitio. Pelo menos na maneira de andar (Visão)

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