sexta-feira, 22 de setembro de 2017

O processo de crescimento de um cancro captado em imagens 3D



Vêm do Japão as imagens inéditas que mostram, célula a célula, o comportamento do cancro num rato. Uma equipa de investigadores da Universidade de Tóquio e do Centro de Biologia Quantitativa Riken desenvolveu uma técnica que permite acompanhar a forma como cada célula cancerígena se espalha no corpo de um rato. Para a experiência, o roedor foi injetado com um tecido cancerígeno, modificado para ser fluorescente. Depois de deixarem o cancro progredir, os cientistas recorreram a químicos capazes de deixar o corpo e os órgãos internos do rato altamente transparentes, tornando assim possível acompanhar, como se vê no vídeo, a evolução da doença. As imagens mostram os tecidos saudáveis a verde, com o cancro a aparecer a cor de rosa.
O estudo, publicado no Cell Reports, detalha como a doença se desenvolveu nos pulmões, nos intestinos e fígado do rato antes de se espalhar pelo corpo. Hiroki Ueda, um dos responsáveis pela investigação, adiantou à BBC que a equipa está agora a aplicar a tecnologia a amostras de tecido humano, na esperança de entender melhor como o cancro de propaga, formando metástases, momento a partir do qual é muito mais difícil controlá-lo.
“As imagens revelam colónias cancerígenas, com detalhe suficiente para calcular os seus formatos, volumes e distribuições – características cruciais para diferenciar os padrões de metástase”, explica Hiroki Ueda. Com esta nova técnica, a equipa espera esclarecer o ainda em parte misterioso processo de formação de metástases, sobretudo no que diz respeito à "viagem" pela corrente sanguínea, que implica entrar e depois sair através das paredes dos vasos sanguíneos.

"A maioria das células cancerínegas não têm tanta sorte e morrem durante a viagem", explica Kohei Miyazono, outro dos investigadores. "Mas as imagens obtidas através do novo método sugerem que as células tratadas com TGF-beta, uma proteína que regula o crescimento e a diferenciação celular em humanos e que é produzida em grandes quantidades por alguns cancros, têm muito mais probabilidade de sobreviver à viagem e formar postos avançados malignos"

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