sábado, 23 de abril de 2016

Cuidado! Se ele é giro, pode ser espião...

Uma banda desenhada de propaganda apareceu há dias nas paredes da zona residencial de Xicheng, em Pequim. Conta a história de uma jovem funcionária de um departamento de propaganda oficial, Xiao Li, que vai a um jantar com ocidentais e é seduzida por um jovem atraente, supostamente estudioso de assuntos chineses (até os óculos lhe dão credibilidade) a quem começa a passar documentos oficiais.

Os diálogos não são propriamente subtis. “Agora que estamos juntos, achas que podes partilhar alguns ficheiros secretos comigo? Sabes, para a minha pesquisa escolar ou qualquer coisa?”, pergunta David (ou Dawei) a Xiao Li. Ela inicialmente resiste, mas, fascinada como está pelo homem, acaba por ceder, convencida de que alguém tão perfeito não pode ter más intenções. Entrega-lhe uma disquete com cópias de documentos com informação militar e política. Não tarda muito, ele deixa de atender os seus telefonemas. E um dia aparecem dois polícias a prendê-la. Mostram-lhe a disquete incriminadora, e explicam-lhe que ela agora é uma traidora, sujeita a passar o resto da vida na cadeia. Os posters, intitulados “Amor Perigoso”, integram-se numa campanha lançada a propósito do Dia Nacional da Educação para a Segurança, comemorado este ano pela primeira vez, a 15 de abril. Os social media reagiram com críticas e ridículo. Muita gente considerou a história absurda, garantindo ter a certeza de que os seus amigos ou namorados ocidentais não são espiões. Mas para as autoridades não se trata de uma brincadeira. Nos últimos anos, a paranoia em relação à espionagem tem aumentado bastante na China, e ainda há dias um homem foi condenado à morte por ter alegadamente passado 150 mil documentos a um país não revelado (Expresso)

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