Tripulação fazia a aproximação ao aeroporto de Lisboa
ao início da noite desta sexta-feira quando foi alvo de um feixe de luz verde.
Ocorrência junta-se aos 70 casos já reportados este ano. "O copiloto
sofreu durante várias horas de dores no olho esquerdo", escreveu no
reporte para as entidades aeronáuticas responsáveis o comandante do voo da TAP
que foi alvo de um 'ataque' de laser. O
A319, com cerca de 150 passageiros, preparava-se para aterrar na capital quando
um feixe de luz intensa invadiu o cockpit. Eram 21h53, a tripulação, vinda de
Roma, iniciava a descida para a pista da Portela e subitamente foi
"iluminada quatro vezes por um laser verde". Os pilotos conseguiram
verificar que o ponteiro de laser (ou vários) foi disparado "entre o
Hospital Garcia de Orta, em Almada, e a estação ferroviária do Pragal". O
feixe atingiu sobretudo o copiloto, sentado à direita. Segundo a informação a
que o Expresso teve acesso, a presença do laser foi imediatamente comunicada aos
controladores aéreos da torre do aeroporto de Lisboa e aos demais pilotos
sintonizados na frequência para preparar a aproximação à pista da Portela. O
aviso permitiu a outros tripulantes prevenirem-se, por exemplo desligando as
luzes durante a descida e assim dificultando a visibilidade sobre alvo aos
'atiradores furtivos'.
Este caso eleva para 71 os 'ataques' de laser contra
os cockpits oficialmente registados este ano em aeroportos nacionais e para um
total de 872 desde 2013, como noticiou o Expresso na edição do passado sábado.
Lisboa é o mais atingido, com 35 casos e já incluindo o disparo desta
sexta-feira. Os responsáveis aeronáuticos garantem que a iluminação dos
cockpits por feixes de laser põe em perigo a segurança, é crime, há
penalizações previstas - até oito anos de prisão - , mas até agora nenhum
infrator foi condenado ou sequer identificado. O Gabinete de Prevenção e
Investigação de Acidentes com Aeronaves (GPIAA) intentou três processos contra
desconhecidos, todos relativos a 'disparos' no aeroporto do Porto, e os juízes
sentenciaram que o ato praticado não pôs em risco a segurança das aeronaves
visadas. A Autoridade Nacional da Aviação Civil garante o contrário: "É um
crime de atentado à segurança de transporte por ar. Além dos efeitos potencialmente
nefastos sobre a saúde, os efeitos de disrupção da concentração das tripulações
numa fase crítica do voo podem ter consequências gravosas." (Expresso,texto da jornalista Vera Lúcia Arreigoso)
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