Os salários dos professores portugueses baixaram cerca de 10 por cento entre 2010 e 2014, revela o relatório anual sobre Educação da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), que quantifica o impacto dos cortes impostos pelo anterior governo. Combinando os cortes com o aumento do número de alunos por turma, o custo salarial de um professor por aluno caiu cerca de 30%. No ranking dos salários, Portugal ocupava em 2014 o 23º lugar entre os 34 países com dados disponíveis. Um professor de português com 10 anos de experiência ganha cerca de metade de um congénere alemão e quase um terço de um docente no Luxemburgo.
Enquanto os professores em Portugal perderam rendimento, na maioria dos países da OCDE houve aumentos neste período. Surpreendentes são os dados revelados sobre investimento público em educação, que indicam um aumento de 33 por cento em Portugal, entre 2008 e 2013. É o segundo maior aumento, logo depois da Turquia. Segundo o relatório ‘Education at a Glance’, o investimento em educação, incluindo ensino superior, representava 6,1 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013, acima da média da OCDE de 5,2%. Em 2008, segundo o relatório, o investimento em educação representava 4,6% do PIB. O relatório não explica em pormenor esta subida, referindo apenas que houve um "aumento grande" dos gastos em 2013, depois de uma retração em 2010 e 2011. O documento destaca ainda o ensino profissional, sublinhando que Portugal registou, a par da Austrália, o maior crescimento da taxa de diplomados entre 2005 e 2014, com um aumento de 40 pontos percentuais numa década. Cerca de 91% das crianças portuguesas de 4 anos frequentam o pré-escolar, valor acima da média dos países da UE na OCDE: 86% (CM)
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