O ex-vice-presidente da Câmara de Braga Vítor Sousa e mais quatro pessoas foram detidas durante esta quinta-feira pela Polícia Judiciária de Braga, no âmbito de um caso de corrupção relacionado com a compra de autocarros pelos Transportes Urbanos de Braga (TUB). O antigo número dois da autarquia bracarense, então presidida pelo socialista Mesquita Machado, deverá ser ouvido esta sexta-feira por um juiz de instrução em Braga.
Ao que o PÚBLICO apurou, além de Vítor Sousa, que foi administrador daquela empresa municipal durante oito anos, a PJ deteve uma antiga vogal dos TUB, Cândida Serapicos, e um cidadão alemão, representante da multinacional MAN em Portugal.
Vítor Sousa, candidato do PS nas últimas autárquicas, é suspeito de ter recebido luvas para facilitar a compra de mais de uma dezena de autocarros a uma empresa local, que representava em Braga o gigante da indústria automóvel.
Segundo o Jornal de Notícias, a denúncia anónima que deu origem à investigação, em Maio de 2012, incluía cópias de cheques, passados entre 2006 e 2008, que tinham como beneficiários Vítor Sousa e Cândida Serapicos.
O mesmo jornal noticiou que um empresário investigado neste caso afirmou que, durante anos, o pagamento de "comissões" era prática corrente da MAN/Braga por alegada imposição da marca representada. A garantia de Abílio Costa foi dada num processo de insolvência no Tribunal de Comércio de Gaia. Numa peça processual assinada pelo seu advogado de então, é explicado que o ex-dono da concessionária MAN/Braga - Oficina Auto Senhor dos Aflitos, Lda. foi levado a pagar dois tipos de "comissões": a responsáveis da MAN Veículos Industriais Portugal, que representava a marca alemã; e a responsáveis de firmas de transportes, como contrapartidas de aquisição dos MAN.
No documento, citado pelo JN, fala-se de um total de dois milhões de euros pagos em luvas sem se identificar quem foram os destinatários do dinheiro. Mas é referido que Abílio Costa sempre quis cobrar essas verbas à MAN, sem sucesso. O advogado diz, aliás, que o gestor teve mesmo de fazer os pagamentos contra a sua vontade. Sempre sem referências a nomes, é garantido que num negócio foram pagos 500 mil euros em notas (pela jornalista do Publico, MARIANA OLIVEIRA)
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