A seca está a afetar a América Central, parte de África e da Ásia e está
a provocar uma grave crise alimentar. No Haiti, 3 milhões e 600 mil pessoas
enfrentam uma insegurança alimentar já que muitos agricultores perderam uma
parte significativa das colheitas. Segundo o Programa Alimentar Mundial, o El
Niño é o responsável pela situação: “Os seus efeitos serão sentidos até ao
início de 2017 e de forma generalizada em termos geográficos. O El Niño tem
causado impactos nas estações de crescimento na América Central, no Haiti. Na
Etiópia, registou-se uma das estações mais secas dos últimos 50 anos, mesmo na
Indonésia e Papua Nova Guiné que voltam a experienciar uma das maiores secas de
que há registo”, adianta Rogerio Bonifacio, analista do Programa Alimentar
Mundial. No ano passado o El Niño foi um pouco mais forte do que em 1997. O
fenómeno ocorre a cada 3 ou 5 anos, em média, e é percetível quando as águas
equatoriais do Oceano Pacífico começam aquecer de forma significativa e a
afetar os padrões climáticos globais. Na Etiópia, o segundo país mais populoso
de África, cerca de 100 milhões de habitantes, dez milhões enfrentam as
consequências da pior seca em meia década. Um cenário semelhante no Zimbábue
que declarou o estado de calamidade devido à seca extrema. O El Niño colocou
milhões de pessoas em risco de fome, devido às plantações devastadas e à falta
de água nos rios por toda a região. Mas os efeitos da seca são múltiplos. Além
do custo para a agricultura e pecuária, a seca pode afetar a geração de
energia. Em países como o Zimbabwe 38% da energia elétrica é energia hídrica.
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