O
jornal britânico The Independent vai deixar de ter edições em papel,
mantendo-se unicamente como plataforma online a partir do final de Março. Os
rumores sobre uma mudança radical já circulavam nos últimos dias e Evgueny
Lebedev, presidente da Evening Standard, Ltd, que comprou o jornal em 2010,
confirmou a mudança nesta sexta-feira. A última edição em papel do The
Independent será publicada a 26 de Março. A versão de domingo do jornal, o
Independent on Sunday, também acaba, com a última impressão no dia 20 do mesmo
mês. Além disso, o i (um jornal low cost com uma circulação de 275 mil
exemplares por dia) será vendido ao grupo rival Johnston Press, dependendo da
validação dos accionistas deste grupo. O negócio será feito por valores a
rondar os 30 milhões de euros, diz o Guardian. Lebedev
fez o anúncio através de uma carta enviada na manhã desta sexta-feira a todos
os funcionários do Independent. “Hoje, os títulos do Independent anunciam uma
transição histórica”, começa por dizer o empresário russo.
Na
carta, o dono da ESI Media explica que ele e a administração se viram
confrontados com a necessidade de tomar uma decisão entre “continuar a gerir o
declínio constante do papel” ou converter-se para o digital, “que já tem
fundações criadas e sustentadas”. Como indicador, referiu números em relação ao
volume de leitores online, que aumentou 33% nos últimos 12 meses, superando
agora os 70 milhões.
“Seremos
os primeiros de muitos jornais de topo a abraçar o futuro totalmente digital”,
prossegue a carta, afirmando que “as condições de mercado dos jornais impressos
no Reino Unido indicam que esta mudança é inevitável”.
Esta
alteração deverá implicar um corte no número de funcionários, mas não se sabe
ao certo quantas pessoas serão despedidas.
Um
“número significativo” dos trabalhadores do i deverá transitar para a Johnston
Press, devido às leis de protecção dos trabalhadores existentes no Reino Unido.
Apesar disso, são prometidos 25 novos postos de criação e gestão de conteúdos
digitais, assim como a abertura de escritórios com editorias especializadas na
Europa, Médio Oriente e Ásia, bem como o reforço em Nova Iorque (EUA). Lebedev
também anunciou a preparação de uma aplicação do Independent para smartphones.
“A
minha família comprou e investiu fortemente nestes títulos, porque acredita
fortemente nos seus valores. O seu jornalismo marcou a agenda durante quase 30
anos com escrita de classe mundial, investigação e análise”, sublinha Lebedev. Segundo
o proprietário, “agora, com a mentalidade de uma start-up e toda a autoridade
da sua herança, esta transição significa que a marca noticiosa mais inovadora
do mundo pode embarcar para um futuro melhor”. O The Independent (com um
posicionamento político de centro-esquerda) foi criado em 1986. Em Dezembro,
diz a BBC, tinha uma circulação média de 56.074 cópias por dia (Público)
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