O Presidente venezuelano anunciou, quarta-feira, num discurso
transmitido pelas rádios e televisões do país, e entre outras coisas, o aumento
dos preços da gasolina, já esta sexta-feira. Foram precisas quatro horas para
Nicolas Maduro explicar a subida de 6000%, e outras questões. É a primeira vez
em 17 anos que o preço deste combustível sobe. Uma decisão que não é consensual
entre os venezuelanos: “Eu discordo completamente. Como é possível aumentar
tanto o preço da gasolina? É um exagero. Quanto é que vai” custar encher o
tanque de um carro? E se um pneu custava 50 mil bolívares quanto é que vai
custar agora? É absurdo!” – Desabafa o taxista Luis Moreno. “Eu concordo,
porque a situação do país exige-o. O país está a perder muito na produção de
gasolina e é justo o aumento de 6 bolívares”, afirma Orlando Acosta,
funcionário de um posto de abastecimento. No seu discurso, o chefe de Estado
venezuelano anunciou ainda a desvalorização, já em vigor, de 37% da moeda
nacional, o Bolívar. O sistema de câmbio passa de três a duas taxas, uma
protegida e outra flutuante: “O sistema protegido, de 6,30 bolívares passa para
dez bolívares em relação ao dólar. O objetivo é proteger o nosso povo nos
aspetos fundamentais”, explicou o presidente venezuelano. No país, atestar um
depósito de gasolina super custa, em média, ainda esta quinta-feira, três
bolívares, cerca de 0,42 cêntimos de euros. Já uma garrafa de água pequena
custa 50 bolívares, ou seja 7,15 euros. Maduro anunciou ainda um aumento de 20%
no salário mínimo, que passará de 9.600 para 11.520 bolívares, a partir de março.
A Venezuela, altamente dependente de importações e que sofre com a queda nos
preços do petróleo, fonte de 96% das suas divisas. atravessa uma grave crise
económica. No ano passado a economia contraiu quase sete por cento. O défice
público atingiu 20 por cento.
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