sábado, 12 de novembro de 2016

Zuckerberg considera “louca” a ideia de que as falsas notícias no Facebook tenham ajudado Trump

Mark Zuckerberg respondeu às acusações de que as falsas notícias que circularam no Facebook durante a campanha terão ajudado a eleger Donald Trump como Presidente, considerando tratar-se de uma ideia “bastante louca”. “A ideia de que as notícias falsas no Facebook, que são uma pequena parte dos conteúdos, influenciaram de algum modo a eleição, eu penso que é bastante louca”, afirmou o criador e proprietário da rede social, durante uma intervenção numa conferência sobre tecnologia na Califórnia. “Os eleitores tomam decisões com base na sua experiência de vida”, comentou. Entre as notícias falsas que circularam na rede social, que procuravam denegrir a rival de Trump, encontra-se a história de que Hillary Clinton estaria envolvida no assassínio de um agente do FBI que investigara os emails que chegaram ao WikiLeaks; as que indicavam que o seu chefe de campanha, John Podesta, era supostamente satanista; as que davam conta de que os Clintons haviam comprado uma propriedade nas Maldivas por 200 milhões de dólares; e as que referiam Hillary teria adquirido armas e munições ilegais no valor de 137 milhões de dólares. A rede social tem um papel cada vez mais relevante na difusão de notícias, a nível mundial e nos Estados Unidos em particular. Cerca de 44% dos norte americanos adultos acedem às notícias através do Facebook e 66% dos utilizadores da rede social nos Estados Unidos consumem as notícias através da plataforma da rede social, segundo dados relevados em maio pelo Pew Research Center.

“Eu penso que há uma profunda falta de empatia no pensar-se que o único motivo pelo qual alguém possa ter votado da forma como votaram é porque eles viram algumas notícias falsas.”

“Se vocês acreditam nisso, então acho que não interiorizaram a mensagem que os apoiantes de Trump estão a tentar enviar com esta eleição”, acrescentou. Há alguns meses, o Facebook foi acusado de dar menos destaque a histórias de teor mais conservador, a empresa efetuou depois alterações no sentido de o destaque passar a ser efetuado de forma automatizada apenas com base num algoritmo. Entre as medidas que anunciou, em nome da melhoria das notícias que surgem nas páginas dos seus utilizadores, o Facebook indicou em agosto que começaria a penalizar artigos com “clickbaits”, títulos sensacionalistas que facilmente fazem disparar o número de pessoas a que eles acedem. As notícias falsas têm contudo continuar a circular na rede social. Zuckerberg rebateu ainda o argumento de que os utilizadores do Facebook tendem a permanecer dentro de “bolhas”, tendendo a ver apenas publicações que refletem pontos de vista iguais aos seus. Na perspetiva do fundador da rede social, o Facebook é atualmente “inerentemente mais diverso” do que aquilo que os americanos recebiam décadas atrás pelos mass media (Expresso)

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