O investimento publicitário deverá ter crescido entre 3% a 3,5% no ano
passado, disse a secretária-geral da Associação Portuguesa de Anunciantes
(APAN), Manuela Botelho, à Lusa. “Em estimativas mais próximas do real,
acredito que, em 2015, o investimento publicitário poderá ter crescido entre 3%
a 3,5%”, afirmou a responsável, que sublinhou que os dados de dezembro ainda
não são conhecidos. No ano anterior, o investimento publicitário tinha crescido
10%, depois de um período de crise. “Ainda estamos muito aquém dos dados de
2007 e 2008, que foram os anos de maior investimento publicitário”, acrescentou
Manuela Botelho, que referiu que atualmente Portugal está a “cerca de 40%”
dessa tendência. “Em 2015 continuámos a crescer a uma taxa mais reduzida”,
situação que é justificada pela redução de investimento de grandes investidores
na banca e telecomunicações, que traziam volumes importantes para o setor,
explicou. No ano passado, segundo Manuela Botelho, o crescimento do
investimento publicitário foi “muito centrado” na Internet, com a aposta no
suporte de televisão a ficar estagnado, com exceção dos canais pagos, enquanto
a imprensa continua em crise. Tendo em conta que 85% dos lares portugueses têm
televisão paga, para a secretária-geral da APAN “é natural que hoje haja mais
investimentos nesses canais”. Para este ano, devido à “incerteza política”,
quer interna, quer a nível europeu, o crescimento do investimento publicitário
em Portugal deverá rondar os 3%. “Apostamos na continuidade do crescimento [do
investimento publicitário] no digital, que já pesa mais de 20% dos
investimentos publicitários totais”, referiu. “Acredito que a tendência se
mantenha porque é o que está a acontecer na maior parte dos países da Europa”,
disse, sublinhando que “o mundo digital está em grande mudança”, pelo que é
necessário repensar no marketing. Nesse sentido, a APAN organiza na
quinta-feira uma conferência anual dedicada à geração dos ‘millenials’
(nascidos entre 1980-2000), que são consumidores cada vez mais relevantes no
mercado e são, simultaneamente, reflexo e resultado das mudanças tecnológicas,
sociais e de consumo da informação. Sob o mote “Do they get your message?” (que
questiona se os cidadãos estão a receber a mensagem do anunciante, quer em termos
de conteúdo, como de veículo), esta conferência irá abordar a geração
‘millenials’, que assistiu à queda do mundo económico e social e,
adicionalmente, são parte integrante da evolução tecnológica, salientou a
secretária-geral da APAN. “Esta geração tem expectativas completamente
diferentes sobre as empresas e marcas”, pelo que se irá debater a forma como as
empresas estão a desenvolver as suas estratégias no mercado. Com o objetivo de
despertar os anunciantes para os complexos problemas e oportunidades que se
colocam hoje na relação com este grupo-alvo, o encontro pretende explorar o
duplo sentido associado ao conteúdo da mensagem e do meio através do qual ela
lhes chega. A conferência traz a Portugal o presidente executivo da Karmarama,
Jon Wilkins, que fará uma intervenção sobre “Os sete pecados mortais do
marketing”, e o fundador e presidente executivo da B&J Associates, Brian
Jacobs, que irá falar sobre as estratégias de investimento em media (Dinheiro Vivo)
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