Levantamento da penhora sobre as receitas do jornal alivia dificuldades financeiras, mas ainda há vários trabalhadores com salários em atraso. Processo de venda continua sem solução
A administração do "Diário Económico" conseguiu levantar esta semana a penhora do fisco às receitas geradas pela S. T. & S. F. - empresa do grupo Ongoing que explora o jornal e o canal ETV. Segundo apurou o Expresso, a penhora foi oficialmente levantada esta terça-feira e permite assim ao matutino aliviar um pouco as graves dificuldades financeiras que tem atravessado e regularizar parte dos salários que tem em dívida para com os seus trabalhadores.
A penhora do fisco a todas as receitas geradas pelo jornal tinha sido decretada em meados de dezembro, na sequência das dívidas acumuladas pelo "Económico" ao longo dos últimos anos ao Estado, à segurança social e a fornecedores - e que geraram um passivo acumulado que se situa já na ordem dos €30 milhões.
Depois dessa decisão do fisco, o diretor do jornal, Raul Vaz, comunicou aos trabalhadores que a situação financeira do projeto se tinha agravado e tornado "dramática", por tornar quase impossível o processamento de salários e os pagamentos a fornecedores. Durante este mês, no entanto, e apesar desse obstáculo adicional, os mais de 150 trabalhadores do jornal continuaram a assegurar a publicação diária do "Económico".
Segundo informações recolhidas pelo Expresso, para garantir o levantamento da penhora a administração da S. T. & S. F. terá dado como garantia a marca "Diário Económico". Contactado pelo Expresso, o administrador da empresa, Gonçalo Faria de Carvalho, não esteve disponível para esclarecer os contornos deste processo ou comentar a situação financeira da empresa.
Igualmente por esclarecer fica o ponto de situação no processo de venda do jornal, que ao longo do último ano chegou a motivar o interesse de empresas como a Newshold (antiga dona do "Sol" e do "i"), da Global Media (dona do "Diário de Notícias", do "Jornal de Notícias" e da TSF ) e dos franceses da Altice (proprietária da PT Portugal, dona do MEO). Mas nenhuma formalizou uma proposta de compra.
Nos últimos meses de 2015, de resto, o empresário angolano Domingos Vunge, ex-acionista da Score Media e proprietário da editora Media Rumo - que lançou no ano passado o semanário de economia "Mercado" - terá sido o único a avançar para uma fase mais adiantada de negociações para tentar comprar o título. Até ao momento, porém, o processo ainda não deu origem a qualquer acordo.
As fontes ouvidas pelo Expresso indicam que além de Vunge haverá ainda pelo menos mais um investidor a estudar a possível compra do "Diário Económico" (Expresso)
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