segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Vista de cima, a Terra como nunca a vimos antes




Será provavelmente o mais perto que nós — simples mortais que nunca seremos astronautas — estaremos de saber o que eles veêm lá de cima. Foi da revolucionária experiência (e visão) dos primeiros astronautas na Lua, na missão Apollo 8, em 1968, que nasceu a expressão "overview effect" ("efeito de visão geral", numa tradução livre) — e daí veio também o nome de um projecto que tem encantado milhares de pessoas: o Daily Overview, do fotógrafo Benjamim Grant. Visto de bem longe, como da Lua, o nosso planeta é outro: ora vulnerável ora espantoso, ora colorido ora monocromático. Vista de cima, a Terra mostra-se como toda a sua beleza natural. Vemos o que de melhor existe, e também a destruição provocada pelas mãos humanas. "A partir daqui [da Terra], é impossível apreciar plenamente a beleza e a complexidade das coisas que já construímos, a enorme complexidade dos sistemas que desenvolvemos ou o impacto devastador que tivemos no nosso planeta", disse o fotógrafo numa entrevista ao Fast Co Exist. Para contornar essa "perspectiva limitada", o americano capta imagens da Terra através de satélites do Google Earth — e outra vida se revela. A ideia de ver o mundo de cima para baixo, já sabemos, tem conquistado cada vez mais adeptos, sobretudo com a proliferação dos drones, que, só para dar dois exemplos nacionais, já nos mostraram um segredo escondido na Serra da Estrela e os passadiços do Paiva de um ângulo inovador. Em Aveiro, Paulo Cunha fez mesmo um projecto inspirado no Daily Overview: e deu à ria, às salinas, às praias da Costa Nova e às embarcações da Gafanha da Nazaré outra graça. O sucesso de Benjamin Grant é incontestável — no Instagram tem mais de 376 mil seguidores — e agora vai reunir-se num livro chamado Overview: 288 páginas cheias de quadros reais. A mensagem, diz, é também um alerta: já destruímos isto, ainda temos aquilo. Preservemos a Terra (Público)

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