A crise nos media é transversal ao sector e não deixa de fora os meios nativos do digital. Esta semana foi a vez do “Huffington Post” anunciar a intenção de despedir 25 pessoas, como resultado do fim da produção contínua de oito horas diárias de vídeo e da fusão de várias unidades. A estes, somam-se alguns jornalistas, perfazendo um total de 38 colaboradores dispensados.
A nova estratégia terá sido comunicada internamente por Arianna Huffington, a fundadora do ‘site’ norte-americano de informação, esta segunda-feira, revelou o Advertising Age. Antes, já a mudança de estratégia tinha sido anunciada. Na prática, as várias unidades de produção de vídeo – HuffPost Live, HuffPost News, HuffPost Originals e HuffPost Rise – vão passar a funcionar integradas numa só equipa, enquanto o HuffPost Live deixará de transmitir oito horas continuas por dia como até aqui. Mas se os despedimentos não apanharam de surpresa os colaboradores, restam ainda dúvidas sobre a forma como estas mudanças vão ter impacto no desenvolvimento do projecto HuffPost 24, uma ‘network’ de vídeo com transmissão 24 sobre 24 horas, que tinha sido anunciada em Junho do último ano. Uma porta-voz da empresa referiu apenas, em declarações ao AdAge, que estas mudanças vão conduzir à criação de uma plataforma centralizadora da produção de vídeo, em linha com a visão desse projecto específico.
O “Huffington Post” foi fundado a 9 de Maio de 2005 por Arianna Huffington, comentadora política conservadora, e Kenneth Lerer. Nos anos seguintes, foram lançadas versões do portal de notícias e agregador de blogues em vários países fora dos Estados Unidos, primeiro no Reino Unido, depois no Canadá, mais tarde em Espanha, França, Alemanha e Itália. Em 2011, foi lançada a versão em português do Brasil. Em Julho de 2015, o ‘site’ decidiu passar a fazer a cobertura da campanha presidencial de Donald Trump na sua secção de entretenimento, justificando a opção com os discursos polémicos do candidato e as presenças inquietantes em programas de televisão. Mas, no final do ano, depois de Trump ter anunciado a sua intenção de impedir a entrada a todos os muçulmanos nos Estados Unidos, Arianna Huffington considerou o republicano como “uma força desagradável e perigosa na política americana” e retomou a cobertura na secção de política (Económico)
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