Para quem tem acesso à propaganda divulgada pelo autoproclamado Estado Islâmico (Daesh), a vida em território controlado pelos jiadistas é boa: as cidades sírias e iraquianas são descritas como lugares onde há casa para toda a gente, médicos disponíveis e lojas que vendem todo o tipo de alimentos. No entanto, tudo isto pode não passar de uma fachada destinada a recrutar novos militantes, explica o relatório dos serviços secretos holandeses “A vida com o Isis, o mito desvendado”, citado pelo diário espanhol “El País”. De acordo com esta investigação, a violência é uma constante nas terras controladas pelos extremistas do Daesh. O documento relata que “homens, mulheres e crianças arriscam-se a morrer se recusarem cumprir as tarefas que lhes são atribuídas” e são obrigados a jurar lealdade ao líder, Abuaker al Bagdadi, além de serem interrogados para saber se são espiões ao serviço das forças ocidentais. Para residir nos territórios ocupados pelos jiadistas, os candidatos a militantes do Daesh devem então passar por uma formação religiosa e por um treino de batalha. As mulheres, que só podem aprender a usar armas para se defenderem, recebem algumas tarefas específicas, como “ter o maior número possível de filhos e recrutar outras mulheres nas redes sociais”, além de serem obrigadas a vestir-se de acordo com a lei islâmica (Sharia).
CRIANÇAS SÃO TREINADAS PARA COMBATER
As crianças, que testemunham episódios violentos como bombardeamentos ou execuções, são “treinadas como soldados a partir dos nove anos e podem lutar a partir dos 16”. Mas isto só é válido para os meninos: as meninas devem tapar o corpo a partir dos nove anos, idade a partir da qual podem ser pedidas em casamento. De acordo com informações citadas pelo “El País”, o objetivo das autoridades holandesas é “contrariar a propaganda absorvida pelos europeus que ponderam tornar-se jiadistas e não recebem informações reais sobre aquilo em que as suas vidas se transformarão”. O Daesh tem sido responsável pela publicação de vários manuais sobre a vida naqueles territórios. O último deles, dado a conhecer esta semana pelo britânico “Telegraph”, é destinado aos jiadistas ocidentais que queiram permanecer no ocidente (devem rapar a barba, usar telemóveis encriptados e vestir roupas “ocidentais”, por exemplo), mas um manual anterior explica como deixar o ocidente e chegar à Síria (Expresso)
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