Portugal é o terceiro país da OCDE com mais jovens a abandonar precocemente a escola, logo a seguir ao México e à Turquia, revela o estudo "Society at a Glance 2016". Na lista dos 35 países que fazem parte da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), Portugal destaca-se negativamente na análise à situação do abandono escolar em 2014, com mais de um em cada três jovens a deixar os estudos antes do tempo. "Esta é a terceira maior percentagem da OCDE, depois do México e da Turquia", revela o relatório, que lembra que entre os rapazes a situação é mais grave, com mais de 40% a abandonarem os estudos, ao passo que entre as raparigas a percentagem desce para 30%.
Em Portugal, à semelhança do que acontece na Grécia, Itália, e na Hungria, apenas um em cada 20 estudantes trabalha. Até 2007, a percentagem de jovens portugueses sem qualquer ocupação (os "nem-nem") rondava os 14%, um pouco abaixo da média dos países da OCDE, mas com a crise financeira e o aumento do desemprego este grupo acabou por ser um dos mais afetados: entre 2008 e 2013 aumentou para 19%. Segundo o relatório da OCDE, no ano passado, os jovens nem-nem já eram menos (15%) mas continuavam acima dos valores registados antes da crise. Em Portugal, sete em cada dez jovens "nem-nem" vive em casa dos pais, uma realidade que se repete noutros países do sul da Europa, como a Itália ou a Grécia. Em média, nos restantes países da OCDE, apenas um em cada dois jovens sem atividade permanecem em casa dos pais.
O estudo concluiu ainda que os jovens "nem-nem" confiam menos nos outros, sentem-se menos satisfeitos, têm menos interesse pela política e defendem mais que deve ser o estado a providenciar as necessidades dos cidadãos. Em Portugal apenas 4% dos jovens combinam os estudos com algum trabalho, enquanto a média da OCDE que é de 12%. Sublinhando que "a experiencia profissional facilita a transição da escola para o trabalho", o relatório aponta outra falha ao caso português, onde apenas 5% dos jovens conseguem fazer um estágio. Um valo muito abaixo da média da OCDE, que se situa nos 27% (SIC-Notícias)
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