Mark
Zuckerberg respondeu às acusações de que as falsas notícias que circularam no
Facebook durante a campanha terão ajudado a eleger Donald Trump como
Presidente, considerando tratar-se de uma ideia “bastante louca”. “A
ideia de que as notícias falsas no Facebook, que são uma pequena parte dos
conteúdos, influenciaram de algum modo a eleição, eu penso que é bastante
louca”, afirmou o criador e proprietário da rede social, durante uma
intervenção numa conferência sobre tecnologia na Califórnia. “Os eleitores
tomam decisões com base na sua experiência de vida”, comentou. Entre as
notícias falsas que circularam na rede social, que procuravam denegrir a rival
de Trump, encontra-se a história de que Hillary Clinton estaria envolvida no
assassínio de um agente do FBI que investigara os emails que chegaram ao
WikiLeaks; as que indicavam que o seu chefe de campanha, John Podesta, era
supostamente satanista; as que davam conta de que os Clintons haviam comprado
uma propriedade nas Maldivas por 200 milhões de dólares; e as que referiam
Hillary teria adquirido armas e munições ilegais no valor de 137 milhões de
dólares. A rede social tem um papel cada vez mais relevante na difusão de
notícias, a nível mundial e nos Estados Unidos em particular. Cerca de 44% dos
norte americanos adultos acedem às notícias através do Facebook e 66% dos
utilizadores da rede social nos Estados Unidos consumem as notícias através da
plataforma da rede social, segundo dados relevados em maio pelo Pew Research Center.
“Eu
penso que há uma profunda falta de empatia no pensar-se que o único motivo pelo
qual alguém possa ter votado da forma como votaram é porque eles viram algumas
notícias falsas.”
“Se
vocês acreditam nisso, então acho que não interiorizaram a mensagem que os
apoiantes de Trump estão a tentar enviar com esta eleição”, acrescentou. Há
alguns meses, o Facebook foi acusado de dar menos destaque a histórias de teor
mais conservador, a empresa efetuou depois alterações no sentido de o destaque
passar a ser efetuado de forma automatizada apenas com base num algoritmo.
Entre as medidas que anunciou, em nome da melhoria das notícias que surgem nas
páginas dos seus utilizadores, o Facebook indicou em agosto que começaria a
penalizar artigos com “clickbaits”, títulos sensacionalistas que facilmente
fazem disparar o número de pessoas a que eles acedem. As notícias falsas têm
contudo continuar a circular na rede social. Zuckerberg rebateu ainda o
argumento de que os utilizadores do Facebook tendem a permanecer dentro de
“bolhas”, tendendo a ver apenas publicações que refletem pontos de vista iguais
aos seus. Na perspetiva do fundador da rede social, o Facebook é atualmente
“inerentemente mais diverso” do que aquilo que os americanos recebiam décadas
atrás pelos mass media (Expresso)
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