O Banco de Portugal publicou em conjunto com o Instituto Nacional de Estatística (INE), uma nota de destaque com os principais resultados da segunda edição do Inquérito à Situação Financeira das Famílias (ISFF) realizado no segundo trimestre de 2013. O ISFF é a única fonte estatística desagregada ao nível da família com dados detalhados sobre as componentes do património das famílias em Portugal e informação complementar (por exemplo, sobre rendimento, consumo, aspetos demográficos e socioeconómicos e ainda informação sobre expetativas e atitudes).
Este inquérito corresponde à contribuição portuguesa para o Household Finance and Consumption Survey (HFCS), que é um inquérito desenvolvido pelo Eurosistema para obter dados harmonizados sobre a situação financeira das famílias nos países da área do euro e em outros países europeus. A implementação do inquérito é descentralizada a nível nacional. Em Portugal, a realização do inquérito é da responsabilidade do Banco de Portugal e do INE.
A primeira edição do ISFF realizou-se no segundo trimestre de 2010[1]. A comparação entre os resultados obtidos nas duas edições do inquérito deve ser efetuada e interpretada com especial cuidado dado que algumas diferenças, mesmo que de magnitude elevada, podem não ser estatisticamente significativas. A comparação entre os resultados das duas edições está fora do âmbito da nota de destaque.
No dia 9 de novembro, na Revista de Estudos Económicos, será publicado um artigo que analisa com mais detalhe os resultados do ISFF 2013.
- 30% das famílias tinham dívidas com garantia da residência principal
- A riqueza líquida mediana detida pelas famílias residentes em Portugal era de 71,2 mil euros;
- A riqueza líquida mediana dos 10% de famílias com maior rendimento era 9,8 vezes superior à riqueza líquida dos 20% com menor rendimento;
- A riqueza líquida mediana aumentava com a idade, até aos 64 anos, e com o nível de escolaridade completado; era maior para as famílias em que o indivíduo de referência tinha um trabalho por conta própria;
- O valor dos ativos reais representava 88% do valor total dos ativos detidos pelas famílias residentes;
- A residência principal era o principal ativo real, em número de famílias detentoras e em valor;
- Em valor, os depósitos a prazo eram o principal ativo financeiro;
- Cerca de 30% das famílias tinham dívidas com garantia da residência principal, sendo este o principal tipo de dívida das famílias, em número de famílias detentoras e em valor.
[1] Os resultados relativos à edição de 2010 publicados em maio de 2012 foram ligeiramente revistos em consequência de uma revisão dos ponderadores com base em informação mais atualizada sobre a distribuição da população em 2010 (Banco de Portugal)
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