O terrorismo, o 'Brexit' e os refugiados. Três temas
deste mundo surpreendente que o World Press Cartoon, que decorre hoje nas
Caldas Rainha, não escapa. O Grande Prémio, no valor de dez mil euros, foi para
o iraniano Alireza Pakdel. António Jorge Gonçalves, com o seu olhar sobre o
'Brexit', foi o único português premiado numa edição onde estiveram a concurso
600 obras. O que é que faz um bom cartoon? António, cartoonista responsável
pelo World Press Cartoon, a decorrer hoje nas Caldas da Rainha responde: “um
bom desenho, uma boa crónica, e uma boa história de humor”. Os cartoonistas,
tal como os jornalistas, olham para a realidade, mas devolvem-nos uma análise
muito própria, que quando é boa nos desafia e até pode incomodar.
O World Press Cartoon, realizado pela primeira vez em
Sintra, em 2005, e com passagem a partir de 2015 para Cascais, tem este ano
lugar nas Caldas da Rainha. E é lá que se elegem os melhores olhares sobre
temas que marcaram o surpreendente ano que passou, como a eleição de Donald
Trump, o Brexit, o Nobel atribuído a Bob Dylan, o terrorismo e a crise de
imigrantes. E se este último tema, visto, desenhado e analisado pelo iraniano
Alireza Pakdel foi a vencedor do Grande Prémio, na categoria de caricaturas os
escolhidos foram três grandes figuras internacionais: Fidel Castro, visto por
Luiz Carlos Fernandes, Bob Dylan, por Eduardo Baptistão, e Trump, por
Mariagrazia Quarentena, numa ordem que vai do primeiro para o terceiro lugar.
Na segunda categoria, chamada “gag cartoon”, ganhou
“The Speaker” de Toshow Borkovic, seguido de “Rio” de Silvan Wegmann, e de
“Compulsive Gambling”, de Xavier Bonilla, segundo a mesma ordem. No cartoon
editorial, onde se inclui o grande vencedor “Immigrants”, está ainda “Nice
Attack” de Michael Kountoris e “Welcome” de Constantin Sunnerberg.
António Jorge Gonçalves foi o único português com
direito a distinção, com o seu “Brexit”, feito para o jornal “Público”. Obteve
uma menção honrosa na categoria de “Editorial Cartoon”.
Este ano estiveram 600 cartoons a concurso, mas para o
ano esperam-se mais. “Começámos tarde e pedíamos prova de publicação”, explica
António. A ideia é abrir o concurso também aos cartoons que são publicados
online, para os quais terá de se criar um sistema de verificação.
A exposição pode ser vista a partir de hoje no Centro
Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha, e ficará patente ao público, com
entrada livre, até 10 de agosto (Cristina Margato, Expresso)
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